ATAQUE

Conceito : É a acção ofensiva ou conjunto de acções ofensivas que tem por objectivo conseguir o golo na baliza adversária.

Sistema Ofensivo é o modo pelo qual os jogadores são distribuidos em campo, bem como, suas linhas e posições e, coordenação dos seus movimentos, tendo por objectivo conseguir a obtenção de golo na baliza adversária.

As tácticas são algo mutável e transitório, dependem de cada jogo. Em cada jogo, podemos empregar uma táctica diferente e num mesmo jogo, diferentes tácticas.
Portanto, só através de um posicionamento e ocupação racional dos espaços previamente determinados, é que se pode ter uma base sólida e eficiente para uma coordenação perfeita da equipa.

Podemos dividir o ataque em várias fases, a saber :

- Saída de Pressão ou Abertura

É a fase da construção das acções ofensivas da equipa no seu meio campo quando sujeita a um pressing ou pressão alta, que tem por objectivo criar uma acção ofensiva de roptura seguida de finalização ou aliviar a pressão e passar à fase de ataque planeado ou desenvolvimento.

- Ataque Planeado ou Desenvolvimento

É a fase de construção de jogo, onde se põe em prática o(s) Sistema Ofensivo adequado à situação de jogo e onde por inerência estão inseridas as Circulações, Rotações ou Movimentações.

- Finalização ou Conclusão

É a fase do jogo onde uma acção ofensiva ou um conjunto de acções ofensivas através de um passe de roptura (assistência) é finalizada, ou ainda a finalização por exploração de erros adversários, por situações de 1x1...


- Transicções Ofensivas

É a fase em que a equipa que estava a defender ganha a posse de bola e deve com rapidez aproveitar um possivel desequilibrio defensivo da equipa que atacava, aproveitando com velocidade as situações de superioridade numérica momentâneas e espaços vazios, levando assim à obtenção do golo.




CONSELHOS AOS ATACANTES :
- Deve o atacante antes de receber o passe, mediante o seu posicionamento, dos seus colegas e dos adversários, já saber o que vai fazer com a bola.

- O atacante portador da bola deve jogar de cabeça levantada e de frente para o jogo, de modo a ver o posicionamento e movimentos dos seus colegas e adversários, para assim poder tomar uma melhor decisão.

- O atacante no seu movimento ofensivo deve procurar os espaços vazios e nunca ir para onde já se encontra um colega. Os espaços devem ser ocupados de uma forma racional e equilibrada.

- Fazer golo é um vicio. É nos treinos que se cria esse vicio. Qualquer exercicio com finalização só acaba com a bola dentro da baliza ou com a defesa do GR, se o GR não segura a bola à 1ª, fazem-se as recargas necessárias até fazer golo, não há espaço para brincadeiras.

- Sempre que perdemos a posse de bola, devemos pressionar imediatamente o jogador contrário de posse de bola, de modo a evitar o contra-ataque e facilitar o reequilibrio defensivo da nossa equipa.

- Em situação de transicção o jogador finalizador deve estar consciente que é preferivel rematar e a bola ir para fora, do que perder a posse de bola e sofrer um contra-golpe.

- Por norma, quem faz o passe faz o apoio. Ex.: Quem joga ao pivot, apoia.

- Nos seus movimentos ofensivos sem bola o atacante nunca deve tirar os olhos da bola.

- O atacante que vai finalizar solicitado por um passe de roptura, deve correr para a bola e atacá-la, de modo a ganhar balanço e conseguir maior potência no remate.

- Salvo em condições de excepção, o portador da bola em situação de último jogador nunca dribla.


SAÍDA DE PRESSÃO ou ABERTURA

Duas situações de jogo devemos ter em conta, uma se somos pressionados com o GR de posse de bola e a outra se a pressão existe e já não se pode fazer passe ao GR.

Nas situações de Aberturas e Saídas de Pressão é essencial grande dinâmica da equipa no apoio ao portador da bola, jogadores parados facilmente se dão à marcação.

No ataque a defesas pressionantes ( Saída de Pressão ) a dinâmica é dos jogadores, no ataque a defesas com a Linha de Defesa muito baixa, a dinâmica é da bola. 

Tratemos da Abertura com GR de posse de bola, vou dar duas possibilidades simples como exemplo e muitas outras existem, no entanto o factor principal é o treino colectivo onde todos os intervenientes sabem o que fazer, posicionamento inicial e movimentos.

                                Fig. 1

                                Fig. 2

                                Fig. 3


                                Fig. 4

                                Fig. 5

                                Fig. 6

Na Saída de Pressão sem possibilidade de jogar com GR é necessário grande dinâmica da equipa no apoio ao portador da bola, sabendo que se deve proporcionar ao portador da bola sempre mais que uma linha de passe.  A equipa deve estar bem rotinada nas Circulações de modo a conseguir criar espaços e desequilibrios para sair a jogar.


ATAQUE PLANEADO ou DESENVOLVIMENTO  e

FINALIZAÇÃO ou CONCLUSÃO

No Ataque Planeado ou Desenvolvimento cabem os vários sistemas de jogo ofensivo e dentro de cada Sistema Ofensivo as várias Circulações.

Sistemas de Jogo

Sabemos que o  Sistema Ofensivo é o modo pelo qual os jogadores são distribuidos em campo, bem como, suas linhas e posições e, coordenação dos seus movimentos, tendo por objectivo conseguir a obtenção de golo na baliza adversária.

Quando nos referimos a Sistema de jogo Ofensivos, significa o nº de jogadores que estão atrás e à frente da linha da bola. Exemplo do Sistema 3:1 identifica três jogadores atrás da linha da bola e um à frente, assim sucessivamente nos Sistemas 2:2 e 4:0, dos quais vou falar. 

Sistema 3:1 –

É o Sistema de jogo ofensivo mais utilizado, tendo em conta que é o que melhor se adapta a todas as situações de jogo, é o mais equilibrado no binómio defesa /ataque e em posicionamento colectivo da equipa.
Caracteriza-se por ter um jogador mais adiantado, o pivot, como referência ofensiva e três jogadores na linha defensiva mais recuada, os alas e o fixo, que para além do seu contributo ofensivo com entradas na paralela e diagonal em apoio do pivot no jogo ofensivo, dão grande cobertura ofensiva no caso de uma perda de bola.
Face ao seu posicionamento colectivo, esta Circulação favorece o apoio entre as linhas defensivas da equipa adversária criando situações de superioridade nas alas.

Sistema 2:2 -

É um Sistema de jogo a ser aplicado pontualmente com outros sistemas durante um jogo, mas dificilmente servirá como padrão de jogo.
Caracteriza-se por ter dois jogadores mais recuados e dois jogadores mais adiantados descaídos sobre as alas, o que dá profundidade ofensiva ao jogo. É eficaz contra equipas que defendem com uma linha de defesa muito baixa. O Sistema tem muitas viragens de jogo de ala para ala e é muito jogado pelas alas. É condição a equipa ter boa qualidade de passe.
Face ao posicionamento colectivo da equipa onde existem poucas coberturas ofensivas, uma perda de bola por intercepção ou roubo de bola, cria grandes dificuldades.

 Sistema 4:0 ou Quatro em Linha -

Caracteriza-se por na sua movimentação colectiva, a equipa procurar que os jogadores estejam em linha, sendo que para isso os jogadores nas suas entradas na paralela ou diagonal, não deverão dar profundidade ás acçoes, para assim levarem a que a equipa adversária suba no campo e nos dê espaço livre nas costas. O seu planeamento deve ser no meio campo de quem ataca, requer grande dinâmica de apoio ao portador da bola, constantes simulações, quebras e entradas sem bola, inclusivamente duplas.
Sistema que pela sua complexidade e exigência de treino, só deve ser aplicado em equipas com um nível técnico e táctico evoluído.
As jogadas de roptura para finalização criadas são em grande maioria de superioridade numérica.
Obriga a que o adversário domine muito bem os tipos de defesa Zona e HxH, porque é mais dificil fazer coberturas defensivas, obrigando a haver muitas trocas.
É bastante eficaz quando aplicada em saídas de pressão e quando as equipas defendem numa linha de defesa alta.
Pouco eficaz em campos de reduzida dimensão.
Pouco eficaz para contrariar equipas com a linha de defesa muito recuada, por falta de espaço nas costas e entre linhas.
Na preparação do ataque, se houver uma perda de bola a equipa não tem coberturas ofensivas.

Sistema 1:3 –

Verdadeiramente não considero um Sistema de jogo, mas sim uma solução de recurso, tendo em conta que só se aplica mesmo em situações de recurso, em final de jogo quando se quer dar a volta a um resultado desfavorável.
Deve ser devidamente treinado, a equipa deve saber qual o jogador que fica como último jogador e responsável pelo ataque, pois deve possuir grandes qualidades técnicas e ser excelente no 1x1.
Contra o que está aconselhado no futsal, este jogador numa solução de recurso vai tentar driblar e criar uma situação de superioridade de modo a conseguir fazer golo.
É uma situação de excepção.

Circulações

Defeniremos as Circulações como o conjunto de acções ofensivas coordenadas entre si dentro de um ou mais Sistemas  Ofensivos, que tem como objectivo a manutenção da posse de bola e a preparação da acção ofensiva com passe de roptura para finalização, de modo a conseguir o golo.

Antes de passar a exemplos práticos sobre Circulações, Movimentações ou Rotações, gostaria de fazer alguns considerandos.

Como não podemos mandar para o jogo e pedir aos adversários para se posicionarem da forma que mais nos convém para alterar o Sistema de jogo ou executar-mos a jogada X ou Y,  existe uma forma coordenada de ligar as acções ofensivas, potenciando no limite, se fosse possivel, ter a posse de bola durante todo o jogo.
No entanto, o trabalho exaustivo das Circulações dentro de um determinado Sistema de jogo, não deve, nunca, retirar objectividade colectiva à equipa, ou seja, o Ataque Planeado tem por fim dificultar a marcação contrária, criar desequilibrios no adversário e finalmente, a criação de jogadas de roptura para finalização conseguindo o golo.
O excesso de rotina nas Circulações não nos pode levar a perder oportunidades de fazer passes de roptura para golo.    

Sabendo que o treino deve ser sequencial e consequente, importa não esquecer que os Sistemas de jogo e suas Circulações, de modo a serem mais facilmente assimilidados, também devem ser trabalhados gradualmente relativamente à sua dificuldade, ou seja,
devemos começar pelo Sistema 3:1 passar pelo 2:2 e acabar no 4:0. E dentro das Circulações da mesma forma, as circulações mais elaboradas e complexas devem ser trabalhadas quando a equipa já estiver num estágio de evolução táctica elevado.

A Circulação base pode ser considerada como padrão de jogo ofensivo, tendo em conta que é a referência para todo o ataque planeado.

Dentro de cada Sistema Ofensivo poderemos trabalhar várias Circulações, ou seja, existem várias Circulações no Sistema 3:1, várias no Sistema 2:2 e várias no Sistema 4:0.
Quando treinamos Circulações devemos de seguida, treinar jogadas de roptura para finalização derivadas dessa Circulação. O treino deve ser sequencial e consequente.
É esse o motivo pelo qual vou abordar no mesmo capitulo o Ataque Planeado e a Finalização e, não separadamente.

É evidente que muitos erros especificos poderão surgir, porém é importante manter a confiança na realização das acções ofensivas treinadas, entender os erros tácticos e de interpretação, de modo a saber qual seria o melhor posicionamento e a melhor decisão e,
continuar a treinar afincadamente.

O papel do Sistema de jogo e dentro desse Sistema as várias Circulações, é atribuir a cada jogador um papel, uma função e termos de acção previamente estudada e treinada, porém, dentro do jogo, cada lance deve, muitas vezes, ser realizado em fracções de segundo e aí cabe ao jogador individualmente usar a técnica, a criatividade e a capacidade de decisão, para dentro de um Sistema Táctico mais amplo previamente estabelecido, realizar com rapidez a “ melhor jogada possivel”.

Os jogadores devem saber interpretar todos os Sistemas de jogo, independentemente de serem aplicados no nosso modelo de jogo ou não, refiro-me quanto aos aspectos defensivo e ofensivo.

Convém lembrar que o treino dos Sistemas Ofensivos e suas Circulações, tem por objectivo dar rotinas de ocupação racional dos espaços e num estágio adiantado de qualidade táctica dos jogadores, estes terão a capacidade de executarem em jogo, fraccionadamente as diversas Circulações nos vários Sistemas Ofensivos.


Circulação 3:1 de Alas e Pivot :

A primeira Circulação de que vou falar é a circulação base, aquela que serve de ponte para todas as outras no decorrer de um jogo, a que melhor se adapta a todas as situações de jogo, sendo a mais equilibrada no binómio defesa / ataque e em posicionamento dentro de campo dos jogadores.
O posicionamento inicial é no Sistema Ofensivo 3:1 ou seja sempre que a equipa ganha a posse de bola  e tem de trabalhar o ataque planeado, vai haver um pivot de referência no ataque, a partir daqui através da dinâmica da equipa rapidamente se pode passar pelos Sistemas 2:2 e 4:0, estando sempre tudo interligado. 

                                Fig. 1

O Quadro supra exemplifica os diversos movimentos dos jogadores  e circulação da bola.
Seguidamente vamos desmontar em fotogramas como a circulação se processa.
É importante reter que o pivot e fixo têm grande preponderância na Circulação pois é através do movimento do pivot  e da leitura de jogo do fixo que a Circulação se desenvolve.

                                Fig. 2

                                Fig. 3

Nos quadros nºs. 2 e 3 o Pivot cai na ala, o Fixo faz passe na lateral para o Ala, este
recebe e devolve ao Fixo, fazendo uma diagonal para ocupar a posição de pivot.
O Pivot entretanto descaiu e ocupou a posição do ala. 

                                Fig. 4

                                Fig. 5

Nos quadros nºs.4 e 5,  repetiu-se o movimento dos jogadores, só que para o lado contrário
O Fixo não entra na Circulação, fazendo a cobertura ofensiva da mesma.

                                Fig. 6

                                Fig. 7

Os quadros nºs.6 e 7,  exemplificam a 1ª variante da Circulação, existe a possibilidade de
quando o Pivot cai na ala, o Ala fazer uma entrada na diagonal sem bola e o Fixo fazer passe directamente ao Pivot, entretanto descaido na ala.
Este pode transportar a bola pela ala e fazer passe ao Fixo, ou pode devolver de primeira ao Fixo.

                                Fig. 8

                                Fig. 9

Os quadros nºs.8 e 9, repetem a situação anterior, só que na ala contrária.
O Fixo fazendo a cobertura ofensiva, deve sempre encurtar o espaço em apoio ao ala,
jogando mais próximo.

                                Fig. 10

                                Fig. 11

Os quadros nºs. 10 e 11, exemplificam a 2ª variante da Circulação, o Pivot no seu movimento de descair na ala, em vez de cair na lateral, faz o movimento na diagonal criando assim uma permuta de posição directa com o ala, este devolve o passe ao Fixo e ocupa a posição de pivot.  

                                Fig. 12

                                Fig. 13

Os quadros nºs.12 e 13, exemplificam a 3ª variante, o Ala ao devolver a bola ao Fixo, não vai para a posição de pivot, faz movimento na diagonal nesse sentido mas, no trajecto faz uma quebra em apoio entre linhas ao ala contrário, este repete o movimento em apoio ao ala contrário.

EXEMPLOS DE JOGADAS DE ROPTURA PARA FINALIZAÇÃO
DERIVADAS DA CIRCULAÇÃO:

As combinações apresentadas nos quadros são apenas alguns exemplos e não devem ser encaradas como únicas alternativas, nunca se pode ter uma só opção para finalização, há sempre várias e os jogadores, dentro do posicionamento adversário devem decidir qual a melhor.

                                Fig. 14

No quadro nº 14, o Ala nº 2 de posse de bola, joga ao Pivot nº 5 e vai fazer o apoio, na sua trajectória para o apoio e para levar o seu marcador ao engano, faz uma quebra com mudança de direcção, ao mesmo tempo o Fixo nº 3 faz uma entrada também em apoio ao pivot. O Ala nº 4 ocupa uma posição central de cobertura ofensiva.
Conforme se pode verificar o pivot fica com 3 opções, ou roda e remata, ou faz passe para o ala ou para o fixo, que vieram em apoio.     

                                Fig. 15

No quadro nº 15, o Pivot nº 5 vem fazer apoio entre linhas ao Ala nº 2, tabelando na
ala. O Pivot roda e vem fazer o apoio na finalização, bem como, o Ala contrário nº 4 acompanha e aparece ao 2º poste na finalização.
O Fixo nº 3 faz a cobertura ofensiva.

                                Fig. 16

No quadro nº 16, o Ala nº 2 faz apoio entre linhas ao Ala nº 4 de posse de bola, tabelando na ala. O Ala nº 2 roda e acompanha para apoio na finalização, bem como, o Pivot nº 5 descaído na ala contrária aparece ao 2º poste em apoio para a finalização.

                                Fig. 17

No quadro nº 17, o Ala nº 2 faz apoio entre linhas ao Ala nº 4, como não há linha de passe, desfaz e segue na paralela, o Ala nº 4 faz passe na paralela e sobe na diagonal em apoio para a finalização, o Pivot nº 5 descaído na ala contrária aparece ao 2º poste em apoio para a finalização.
O Fixo nº 3 faz a cobertura ofensivo.

                                Fig. 18


No quadro nº 18, o Ala nº 2 faz passe na paralela ao Pivot nº 5 descaído na ala, sobe em apoio, passa e segue para o 2º poste, ao mesmo tempo aparece o Fixo nº 3 em apoio do pivot para bater de segunda.
O Ala nº 4 faz a cobertura ofensiva ocupando uma zona central do campo. 

Cirulação 3:1 c/Entrada de 2º Pivot :

                                Fig. 19

O quadro nº 19, exemplifica a transicção da Circulação 3:1 Alas e Pivot, para a
Circulação 3:1 c/Entrada de 2º Pivot.
Partindo do posicionamento adquirido pela Circulação anterior, o Pivot descai na ala, o Fixo nº 3 de posse de bola, faz passe na lateral ao Ala nº 2 e sobe para a posição de pivot.
Na Circulação anterior o jogador na posição de fixo não entrava na movimentação da equipa, limitando-se a fazer a cobertura ofensiva, ora é aqui que reside a diferença, nesta Circulação todos os jogadores estão em movimento.

                                Fig. 20

No quadro nº 20, após o Fixo nº 3 ter ocupado a posição de pivot, o Ala nº 2 de posse de bola vai ocupar na zona central a posição de fixo, através do transporte de bola ou trocando passes com o ala contrário. O Pivot entretanto descaido na ala, vai ocupando a posição do Ala nº2.

                                Fig. 21

                                Fig. 22

Os quadros nºs. 21 e 22, repetem para o lado contrário a Circulação.
Convém reter, que por determinado espaço de tempo, que só a dinamica do jogo dirá qual, a equipa fica a jogar com 2 pivot, um na posição clássica ( nos 10 metros ) e outro descaído na ala.

EXEMPLOS DE JOGADAS DE ROPTURA PARA FINALIZAÇÃO DERIVADAS DA CIRCULAÇÃO :

                                Fig. 23

No quadro nº 23, O Ala nº 2 de posse de bola faz passe ao Pivot nº 5 descaído na ala e vai em apoio (com quebra no trajecto) para finalização, o Pivot nº 3 aparece ao 2º poste também em apoio para a finalização.
O Ala nº 4 ganha a posição central de fixo em cobertura ofensiva.

                                Fig. 24

No quadro nº 24, o Ala nº 2 de posse de bola, faz passe em elevação na diagonal para a entrada do Ala contrário nº 4. O Pivot nº 5 aparece ao 2º poste em apoio para a finalização, o Pivot nº 3 nos 10 metros, faz também apoio para a finalização.
O Ala nº 2 após fazer o passe, ocupa a zona central do fixo em cobertura ofensiva.

                                Fig. 25

No quadro nº 25, o Pivot nº 3 vem fazer apoio entre linhas ao Ala nº 2 de posse de bola, este faz passe e o Pivot, de sola, faz passe para as costas para a entrada do Ala nº 4.
O Pivot após o passe, roda e vai em apoio para a finalização e o Pivot nº 5 descaído na ala, aparece ao 2º poste em apoio para a finalização.
O Ala nº 2 após o passe ganha a posição central de fixo em cobertura ofensiva.  

                                Fig. 26

No quadro nº 26, o Ala nº 2 faz passe ao Pivot nº 3 nos 10 metros e vai em apoio para finalização, o Pivot nº 5 descaído na ala, aparece ao 2º poste em apoio para a finalização. O Pivot nº 3 tem ainda como opção o rodar e bater à baliza.
O Ala nº 4, ganha a posição central de fixo para cobertura ofensiva.

Circulação 2:2 :

                                Fig. 27

O quadro nº 27, mostra a Transicção do Sistema 3:1 para o Sistema 2:2.
Partindo do posicionamento caracteristico de 3:1, o Pivot (2) cai numa ala e o Fixo (4) de posse de bola, faz passe para ala onde descaíu o Pivot, subindo na diagonal para a ala contrária. 

                                Fig. 28

                                Fig. 29

Os quadros nºs 28 e 29, exemplificam para ambos os lados, a troca de bola e movimentos da equipa na Circulação 2:2

EXEMPLOS DE JOGADAS DE ROPTURA PARA FINALIZAÇÃO DERIVADAS DA CIRCULAÇÃO :

                                Fig. 30

No quadro nº 30, o jogador nº 2 de posse de bola faz passe ao jogador nº 3 e sobe em apoio para finalização, o jogador nº 5 na ala contrária aparece ao 2º poste em apoio para a finalização.
O jogador nº 4 ganha a posição central de Fixo em cobertura ofensiva.

                                Fig. 31

No quadro nº 31, o jogador nº 2 de posse de bola, faz passe ao jogador nº 5 e sobe em apoio para a finalização, o jogador nº 3 na ala contrária, aparece ao 2º poste em apoio para a finalização.
O jogador nº 4 ganha a posição central de Fixo para cobertura ofensiva.

Circulação 2:2 – Padrão Redondo a 3 :
 
                                Fig.32

O quadro nºs 32, exemplifica a Transicção da Circulação 2:2 para Padrão Redondo a 3.
Partindo do posicionamento da Circulação 2:2, o jogador nº 4 de posse de bola faz passe ao jogador nº 5 e entra na diagonal, rodando o jogador nº 3 vem ocupar a posição deixada pelo nº 4 e o jogador nº 2 ocupa a posição do nº 3, entretanto o jogador nº 5 que ficou de posse de bola faz passe ao jogador nº 3 que está a chegar.
A reter, a movimentação só se inicia quando o jogador “faz passe na ala e entra na diagonal”, aí obriga ao inicio da Circulação.

                                Fig. 33

Por exemplo como no quadro nº 33, se o jogador nº 4 ao receber o passe não devolve ao jogador nº 5, antes faz passe para a ala contrária, o processo da Circulação pode ser iniciado do lado contrário.
                                Fig. 34

O quadro nº 34, exemplifica a Circulação em sentido inverso.


EXEMPLO DE JOGADA DE ROPTURA PARA FINALIZAÇÃO DERIVADA DA CIRCULAÇÃO :

                                Fig. 35

No quadro nº 35, o jogador nº 2 de posse de bola, faz passe pela ala ao jogador nº 5 e vai em apoio para a finalização, o jogador nº 3 acto continuo aparece também em apoio para a finalização, podendo bater de segunda.
O jogador nº 4, recua no campo ocupando uma posição central em cobertura ofensiva.


CIRCULAÇÃO 4:0 :

                                Fig. 36

O quadro nº 36, exemplica a Transicção do Sistema 2:2 para o Sistema 4:0
O jogador nº 3 de posse de bola e posicionado na ala, transporta a bola ganhando o meio, deixando que a sua posição anterior seja ocupada pelo jogador nº 2, do outro lado o jogador nº 4 faz o mesmo miovimento mas sem bola, deixando que o jogador nº 5 ocupe a sua posição anterior.

                                Fig. 37

No quadro nº 37, exemplifica a posição inicial da Circulação 4:0.

                                Fig. 38

                                Fig. 39

Nos quadros nºs 38 e 39, podemos verificar a troca de bola e movimentações dos jogadores de modo a manterem um posicionamento de 4:0, sabendo que as entradas devem ser curtas e não se deve dar profundidade à Circulação de modo a se poder ganhar espaço nas costas.

EXEMPLOS DE JOGADAS DE ROPTURA PARA FINALIZAÇÃO DERIVADAS DA CIRCULAÇÃO :

                                Fig.40

No quadro nº 40, o jogador nº 2 faz uma entrada na diagonal sem bola, com profundidade, o jogador nº 3 de posse de bola, faz passe para o jogador nº 5 e entra na diagonal com profundidade para receber passe. O jogador nº 5 de posse de bola fica com duas opções de passe, ou faz passe na paralela ou faz passe na diagonal em elevação. 

                                Fig. 41

No quadro nº 41, o jogador nº 3 de posse de bola pisa para o jogador nº 4, faz um movimento com quebra e mudança de direcção em apoio e recebe um passe na ala.
O jogador nº 4 que faz o passe na ala, entra na diagonal em apoio para a finalização.
O jogador nº 5 na ala contrária aparece aos 10 metros em apoio para a finalização.
O jogador nº 2 mantém a posição para fazer a cobertura ofensiva.

Circulação Padrão Redondo :

Esta Circulação tem alguma indefinição relativamente ao Sistema de jogo, pois os posicionamentos são hibridos e abarcam todos os Sistemas, face à dinâmica e movimento constante dos jogadores.

                                Fig. 42

                                Fig. 43

                                Fig. 44

Os quadros nºs 42, 43 e 44, exemplificam as trocas de bola e movimentações dos jogadores na Circulação de Padrão Redondo, sendo que conforme o próprio nome indica o movimento dos jogadores é circular.

EXEMPLO DE JOGADA DE ROPTURA PARA FINALIZAÇÃO DERIVADA DA CIRCULAÇÃO :

                                Fig. 45

No quadro Nº 45, jogador nº 5 faz apoio entre linhas ao jogador nº 3 de posse de bola e este faz passe, o jogador nº 5 pisa e faz rolar a bola para as costas onde está a entrar o jogador nº 2, entretanto o jogador nº 5 após pisar, roda e vai em apoio para a finalização.
O jogador nº 4 na ala, vai em apoio para a finalização.
O jogador nº 3 mantém a posição e faz a cobertura ofensiva.

EXERCICIOS DE TREINO :

- O treino das Circulações deve ser feito, inicialmente de uma forma lenta e sem oposição, de modo a que os jogadores assimilem os movimentos.
- Aumenta-se a velocidade da Circulação à medida a que a equipa memoriza e ganha rotina nos movimentos, sempre sem ir para movimentos de roptura para finalização.
- Com a Circulação já bem rotinada e a trabalhar a partir de meio campo para uma baliza, inclui-se a oposição, podendo-se aproveitar para treinar as acções defensivas, condicionando o tipo de defesa e a linha de defesa (linha do meio-campo).
- O treino das jogadas de roptura para finalização deve ser feito acto continuo ao treino da Circulação, para mais facilmente os jogadores associarem uma coisa com a outra e ficar memorizado.
- Posteriormente podemos fazer jogo em meio-campo, só com um GR, condicionando o ataque ao tipo de Circulação e a defesa ao Sistema Defensivo e Linha de de Defesa.
- Para motivar o treino, pode-se considerar golo da equipa que defende, sempre que ganha a posse de bola e consegue sair a jogar para lá da linha do meio-campo.  Consoante a fase da época, podemos aproveitar pra treinar a pressão e saída de pressão, tudo no mesmo exercício.

Situação de Expulsão
Antes de falar sobre a forma de atacar esta situação especifica de jogo convém lembrar alguns aspectos :

- É uma situação de jogo que aparece com frequência em jogos decisivos e de grande stress competitivo, como tal, pode decidir jogos e titulos e, deve estar muito bem treinada, para mim de grande relevância no planeamento do treino.
- 2 minutos cronómetrados em futsal é muito tempo.
- Pede-se paciência, qualquer perda de bola é motivo para a equipa que defende fazer passar tempo.
- Numa situação especifica e treinada de jogo, devem estar em campo os jogadores mais eficazes nas suas posições.
- É importante escolher jogadores com bom passe e bons rematadores de meia-distância.

Feitas estas considerações, vamos à forma de atacar :

                                Fig.1

O quadro nº 1 mostra o posicionamento da equipa e troca de bola  para atacar uma defesa com dois jogadores mais adiantados e um recuado. 

                                Fig.2

O quadro nº 2 exemplifica  o posicionamento sempre que a bola está de posse de
um dos jogadores mais recuados.
De início deve a equipa trocar a bola com segurança e rapidez (a um ou dois toques), sem pressa de ganhar linhas de passe ou de remate, de modo a cansar a equipa adversária no seu movimento defensivo. Após algum tempo a equipa adversária começa a chegar atrasada nos seus movimentos e começa a dar linhas de passe e de remate.
Os jogadores mais atrasados ( meia-distância) devem jogar bem abertos. Os jogadores mais adiantados devem ter um movimento constante de entrada e saída dos postes, um para apoio ao portador da bola e o outro a ganhar linha de passe ao segundo poste.

                                Fig.3

Podemos ainda, como se pode verificar no quadro nº 3, aplicar a circulação de Padrão Redondo a 3 jogadores para criar jogadas de roptura e bater de segunda.

                                Fig.4

O quadro nº 4 exemplifica o ataque a uma defesa com um jogador mais adiantado e os outros dois mais recuados.
A reter que o jogador de posse de bola deve ter apoio próximo do ala contrário de modo a poderem criar uma situação de superioridade numérica de 2x1.

                                Fig.5

O quadro nº 5 exemplifica a mesma situação, só que o jogador que defende tenta cortar a linha de passe ao ala contrário, aí a solução é o jogador ao 2º poste vir fazer apoio entre linhas e criar uma série de opções para finalização.

GR Avançado

Antes de falar sobre este aspecto do jogo, devo dizer que não sou partidário desta situação de jogo mas temos de conviver com ela e assim sendo também é necessário fazer antecipadamente algumas considerações:
- Sendo uma situação especifica e treinada de jogo devem estar em campo os jogadores mais eficazes em cada posição.
- Devem ser escolhidos jogadores de bom passe e boa leitura de jogo.
- A impaciência é inimiga de um bom final.
- Requer muita concentração por parte de todos os jogadores.
- Sempre que se perde a posse de bola ou o GR defende e fica na posse, é essencial não deixar jogar, pois a baliza está desguarnecida.
- Se a equipa trocar a bola com segurança e rapidez durante algum tempo, desgastando a equipa adversária no seu movimento defensivo, poderá tirar dividendos ao ganhar linhas de passe e remate.

                                Fig.1

O quadro nº 1 mostra o posicionamento inicial.

                                Fig.2

                                Fig.3

Os quadros nºs 2 e 3, mostram o movimento dos alas a ganhar o centro para facilitar a linha de passe directa ao fixo para os jogadores mais adiantados.

                                Fig.4

O quadro nº 4 exemplifica algumas opções de finalização logo que a bola entra
num dos jogadores.

                                Fig.5

                                Fig.6

Os quadros nºs 5 e 6, exemplificam outra possibilidade de ataque, sendo que nesta situação sempre sempre que a bola está no ala o jogador do poste mais distante aparece em apoio no centro (posição de pivot).

TRANSICÇÕES OFENSIVAS ou CONTRA ATAQUE :

Sabendo que definimos Transicções Ofensivas ou Contra Ataque como a fase em que a equipa que estava a defender ganha a posse de bola e deve com rapidez aproveitar um possivel desequilibrio defensivo da equipa que atacava, aproveitando com velocidade as situações de superioridade numérica momentâneas e espaços vazios, levando assim à obtenção do golo, convém reter alguns aspectois, a saber :

- Deve-se fazer o mínimo de transporte de bola, pois os jogadores adversários em recuperação defensiva sem bola, são mais rápidos.
- Sempre que o jogador que ganha a posse de bola por intercepção ou roubo não é o jogador mais adiantado da equipa, deve procurar fazer passe imediatamente ao jogador mais adiantado e ir em apoio, forçando a superioridade numérica.
- Sendo que a Transicção Ofensiva ou Contra Ataque é uma acção ofensiva em progressão, devem os atacantes ganhar a linha da bola ao portador da mesma, de modo a poder recebê-la e chegar rápido à baliza.
- Numa Transicção não pode haver indecisões, é preferivel rematar para fora do que perder a posse de bola e sofrer um contra-golpe.

É importante reter que a definição de superioridade numérica é o momento da acção ofensiva (ou defensiva) em que determinado número de jogadores podem interferir na dita acção.
Exemplo: Uma situação de 2x1 na zona dos 12 metros, rápidamente se pode transformar em 2x2  com a progressão dos jogadores e a inclusão do GR.

                                Fig.1

O quadro nº 1 exemplifica o momento em que o jogador nº 3 ganha a posse de bola, faz passe ao jogador nº 5 mais adiantado e vai em apoio, forçando a superioridade numérica.

                                Fig.2

O quadro nº 2, mostra uma situação de superioridade numérica de 2 x 1 que deriva do quadro anterior.   É importante reter que o jogador nº 5 após fazer o passe vai em apoio ao 2º poste, não desiste da jogada.

                                Fig.3

O quadro nº 3   é o ponto de partida para uma situação de superioridade numérica de
3 x 2.

                                Fig.4

No seguimento do quadro anterior nº 3, no quadro nº 4 o jogador nº 3 ganha a posse de bola, faz passe ao jogador nº 5 mais adiantado e vai em apoio, das duas uma, ou vai directo na ala ou faz sobreposição (entra nas costas), o jogador nº 4 vai também em apoio ganhar a linha da bola, aí tem de ter em atenção o movimento do jogador nº 3 e faz o mesmo, ou faz o apoio directo pela ala ou faz sobreposição. 

                                Fig5

O quadro nº 5 mostra a conclusão da jogada, ambos os alas ganharam a linha da bola, o jogador nº 5 de posse de bola faz passe ao Ala nº 4 e vai em apoio pelo centro, o Ala contrário, jogador nº 3, vai aparecer em apoio ao 2º poste.

                                Fig.6

O quadro nº 6 mostra outra opção, o jogador nº 5 faz passe ao jogador nº 4 e vai em apoio ao 2º poste, o jogador nº 3 muda de direcção e aparece a fazer o apoio pelo centro.

                                Fig.7

O quadro nº 7 exemplifica a possibilidade de o jogador nº 3 ao ganhar a posse de bola não ter feito passe ao jogador mais adiantado e ter transportado a bola, assim, o jogador nº 5 no meio, faz sobreposição ao jogador nº 3, este respeita e faz passe, vai em apoio pelo centro.
O jogador nº 4 aparece em apoio ao 2º poste.